Grandes tormentas serviram ao propósito de Deus em algumas passagens das Escrituras
Na Bíblia,não são poucas vezes os personagens enfrentaram tormentas– e não estamos falando só no sentido figurado. Homens e mulheres de Deus tiveram que passar por grandes tempestades, que servem de exemplo até hoje quando o assunto é perseverança. Em outras vezes, os temporais foram artifícios divinos.
“Tempestade” e “temporal” derivam do latim “tempus”, que dá a ideia de tempo no sentido cronológico, e não só no climático. Como surgiu isso?
O Dilúvio
A primeira grande tempestade relatada na Palavra Sagrada foi, obviamente, o Grande Dilúvio, que inundou toda a Terra por intenção divina, para que fosse possível um recomeço. Para enfrentar a inundação, Deus ordenou ao patriarca Noé que construísse sua famosa grande embarcação, a fim de preservar, como um arquivo vivo, as pessoas que acreditassem no aviso do Pai e as espécies animais.“Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, para desfazer toda a carne em que há espírito de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra expirará.
Mas contigo estabelecerei a minha aliança; e entrarás na arca, tu e os teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos contigo.
E de tudo o que vive, de toda a carne, dois de cada espécie, farás entrar na arca, para os conservar vivos contigo; macho e fêmea serão.”
Gênesis 6:17-19
Jonas
Uma segunda grande tempestade descrita na Bíblia diz respeito à bem conhecida passagem protagonizada pelo profeta Jonas. Deus lhe ordenou que admoestasse os habitantes de Nínive, na Mesopotâmia, pela escandalosa intensidade do pecado entre eles, senão a grande metrópole seria destruída com todos.
“Porém, Jonas se levantou para fugir da presença do SENHOR para Társis. E descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem, e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, para longe da
presença do SENHOR.
Mas o SENHOR mandou ao mar um grande vento, e fez-se no mar uma forte tempestade, e o navio estava
a ponto de quebrar-se.”Jonas 1:3-4
Cheios de superstição, os homens do mar creditaram ao inesperado passageiro a crise, e lançaram-no à água.
A tempestade foi um artifício do Senhor para amedrontar os marujos e eles procurassem se livrar do desobediente profeta. Feito isso, Deus fez com que um grande peixe o engolisse para, 3 dias depois, jogá-lo em terra, para que de lá ele fosse para a cidade à qual havia sido mandado originalmente. Por causa do aviso de Jonas, que surtiu efeito entre os habitantes, Nínive não foi destruída.
Jesus na Galileia
Mesmo quem não professa a fé cristã conhece a passagem em que Jesus acalmou uma tremenda tempestade no Mar da Galileia quando estava a bordo de um barco com seus discípulos.
Especialistas alegam que a citada tormenta teve origem natural, por um motivo bem plausível: o Mar da Galileia, que na verdade é um enorme lago, realmente é palco de tempestades repentinas. Isso acontece porque grandes frentes de ar seco e frio das colinas à sua volta chocam-se com o ar intensamente úmido e quente do lago, ocasionando a forte precipitação, gerando ventos de grande velocidade.
Não importa que o início do temporal tenha sido natural, pois Jesus, mesmo assim, o usou como lição a seus seguidores:
“E eis que no mar se levantou uma tempestade, tão grande que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava dormindo.
E os seus discípulos, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Senhor, salva-nos! que perecemos.
E ele disse-lhes: Por que temeis, homens de pouca fé? Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande bonança.
E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os vent ventos e o mar lhe obedecem?”Mateus 8:24-27
O naufrágio de Paulo
Muitos conhecem vários acontecimentos concernentes à conversão e às grandes viagens missionárias de Paulo de Tarso. Um fato menos conhecido é o de ele ter sobrevivido a um grande naufrágio, e é nisso que entra a terceira grande tempestade citada na Bíblia.
Como está registrado em Atos 27 e 28, o Império Romano ordenou a prisão do apóstolo, que foi levado a bordo de um navio militar que ia para a Itália. Deus falou a Paulo sobre uma grande tormenta, da qual o livraria com vida, assim como aos soldados e outros prisioneiros. No Mediterrâneo, quando a viagem estava até então bem tranquila, por águas calmas, foram repentinamente jogados de um lado para outro pelo fortíssimo vento conhecido como Euro-aquilão, que parte da Europa para o Mediterrâneo e pode chegar à velocidade típica de um furacão, ocorrendo tipicamente no outono ou no inverno. Por mais de 10 dias, o navio foi jogado de um lado a outro pela porção mediterrânea conhecida como Mar Adriático (que banha a costa leste italiana), sem controle.
Obedecendo a orientação de Paulo, os marinheiros deixaram o barco seguir solto, ao sabor da ventania, em direção novamente ao grande Mediterrâneo, até encalhar propositalmente numa praia da ilha de Malta e ser destruído pelas ondas. No entanto, todos os 276 ocupantes, incluindo Paulo, se salvaram, nadando até a areia e as pedras.
Tenham as tempestades bíblicas começado natural ou divinamente, Deus sempre achou um modo de usá-las para manifestar a Sua glória.
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