Programa lançado pela Secretaria da Saúde de São Paulo deve chegar a quase 200 cidades.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo acaba de lançar o programa inédito “pré-natal do homem”, voltado aos futuros pais, para ajudar a reduzir ainda mais a transmissão vertical (de mãe para filho) do HIV (vírus da aids) e da sífilis congênita. O projeto foi implantado inicialmente em 45 cidades paulistas, mas até 2014 deve estar em 190 municípios considerados prioritários.
A medida surge como possibilidade para aumentar o acesso às Unidades de Saúde (US) e ao tratamento das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), propiciar maior participação no momento da gestação e ampliar a discussão sobre prevenção às DSTs/Aids e outras doenças ligadas à saúde do homem. As consultas podem ser realizadas nos serviços públicos que já fazem o atendimento do pré-natal feminino.
Como acontece a consulta
"Uma vez confirmada a gravidez, a gestante é acolhida pelo serviço de saúde, seus exames de rotina são solicitados e já é feito o agendamento da primeira consulta do pré-natal, para que os resultados sejam entregues. Simultaneamente, a US convida o parceiro da gestante para um atendimento individual”, afirma Ivone de Paula, gerente da área de prevenção do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids na capital, que oferece o “pré-natal do homem”.
Na consulta, são ofertados os exames para sífilis e HIV, além de aconselhamento para a prevenção das DSTs, informando sobre as possibilidades de risco e práticas sexuais seguras. Na sequência, é agendada nova consulta, para a entrega dos resultados e aconselhamento pós-teste, além de orientações necessárias com relação à saúde dos pais e do bebê.
O que mostram as pesquisas
Estudos demonstram que a taxa de transmissão vertical (mãe para filho) do HIV no País era de 16% em 1997 e de 7% no ano de 2002. Já no estado de São Paulo, a taxa de transmissão era de 2,7% em 2006. Essa queda se deve ao diagnóstico precoce e à introdução da terapia antirretroviral como prevenção durante a gestação.
Uma das maiores barreiras para a eliminação da sífilis congênita é a dificuldade de tratar os parceiros sexuais das mulheres grávidas que têm a doença diagnosticada. Ela pode causar aborto, má formação ou morte do bebê, além de sequelas como cegueira, surdez e deficiência mental.
“Habitualmente, o homem só procura os serviços de saúde quando já está doente ou recorre a farmácias para cuidar de sua saúde. Quando o assunto envolve doenças sexualmente transmissíveis e sexualidade, a situação torna-se ainda mais delicada”, diz Maria Clara Gianna, coordenadora do Programa Estadual DST/Aids-SP.
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